Dentro do nevoeiro

 


"Em um ambiente saturado por imagens, dominado pelo jogo do brilho e do apagamento, fluxo temporal de aceleração e interrupção, a nuvem é a nossa metáfora mais próxima da condição contemporânea dos espaços. Estado revelador de (des)orientação, seja para o excesso ou para a falta de sentidos, o fenômeno do enevoamento se espraia sem limites, carregando uma energia dupla: a abertura para o desvelamento da consciência diante da luz insidiosa, mas que traz consigo a sua inerente condição de opacidade. Cenário que parece se tornar ainda mais fulcral nos dias de hoje diante das clouds tecnológicas, bolhas financeiras e redes de pós-verdade.

Recompondo e reatualizando o campo de forças entre estética e política, pensadores e teóricos enfatizam a tese do nublamento na modernidade, agravado pelos recentes desdobramentos da cultura na era virtual da informação e suas iniludíveis contradições."

                              Mais:    RAFAEL DIAS, jornalista, doutorando em Filosofia pela UFSC.

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